Até que ponto, a mente humana é resultado das nossas vivências ou da influência do nosso cérebro?
Doenças Cerebrais - Alzheimer
O que é?
A doença de Alzheimer trata-se de uma desordem cerebral descrita pela primeira vez, em 1906, pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer. Sendo a forma mais comum de demência, a doença de Alzheimer provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas (memória, atenção, concentração, linguagem, pensamento, entre outros). Esta deterioração tem como consequência alterações no comportamento, na personalidade e na capacidade funcional da pessoa, dificultando a realização das suas actividades diárias.
A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa. Em termos neuropatológicos, a Doença de Alzheimer caracteriza-se pela morte neuronal em determinadas partes do cérebro. O aparecimento de tranças fibrilhares e placas senis impossibilitam a comunicação entre as células nervosas, o que provoca alterações ao nível do funcionamento global da pessoa.
É uma doença muito relacionada com a idade, afectando as pessoas com mais de 50 anos. A estimativa de vida para os pacientes situa-se entre os 2 e os 15 anos.
Quais são as causas?
Apesar da contínua investigação, algumas causas da doença de Alzheimer continuam desconhecidas. No entanto, já foram identificados alguns factores de risco que elevam a possibilidade de vir a sofrer-se da doença, tais como:
- Tensão arterial alta e colesterol elevado
- Baixos níveis de estímulo intelectual, actividade social e exercício físico
- Obesidade e diabetes
- Graves ou repetidas lesões cerebrais
Também a história da família é um factor de risco. Várias pesquisas mostraram o risco de desenvolver Alzheimer aumenta se houver um ou mais membros da família com a doença.
No dia 21 de Setembro, comemora-se o Dia Mundial da Doença de Alzheimer.
Quais são os sintomas?
Cada paciente de Alzheimer sofre a doença de forma única, apesar de existirem sintomas em comum. Por exemplo, o sintoma mais comum é a perda de memória. Muitas vezes, os sintomas da doença de Alzheimer são frequentemente confundidos com sinais normais de envelhecimento. Quando a suspeita recai sobre esta doença, o paciente é submetido a uma série de testes cognitivos. Com o avançar da doença, vão surgindo novos sintomas como confusão, irritabilidade e agressividade, alterações de humor, falhas na linguagem, perda de memória a longo prazo e o paciente começa a desligar-se da realidade. As suas funções motoras começam a perder-se e o paciente acaba por morrer.
Não existe um único teste capaz de, por si só, diagnosticar definitivamente a doença de Alzheimer. O diagnóstico deve ser realizado pelo médico especialista (neurologista ou psiquiatra) através de um processo de exclusão de outras causas que possam ser responsáveis pelos sinais e sintomas apresentados.
O diagnóstico precoce possibilita à pessoa com demência e aos seus cuidadores organizarem e planearem a sua vida e tomarem parte nas decisões que respeitam ao seu futuro. Além disso, possibilita uma intervenção mais eficaz no alívio dos sintomas e na preservação das capacidades.
Como se trata?
Actualmente, não se conhece nenhuma cura para a doença de Alzheimer. Contudo, existem medicamentos que possibilitam o tratamento sintomático de grande parte das alterações cognitivas e comportamentais. Embora não possam evitar a progressiva perda neuronal, os medicamentos existentes podem ajudar a estabilizar e a minimizar alguns sintomas. É a chamada intervenção farmacológica.
A intervenção não-farmacológica diz respeito a um conjunto de intervenções que visam maximizar o funcionamento cognitivo e o bem-estar da pessoa, bem como ajudá-la no processo de adaptação à doença. As actividades desenvolvidas têm como fim a estimulação das capacidades da pessoa, preservando, pelo maior período de tempo possível, a sua autonomia, conforto e dignidade.
É importante salientar que, quando submetido a um tratamento desta doença, o paciente deve conciliar a intervenção farmacológica com a intervenção não-farmacológica.